
Há pouco mais de um ano o trio Brad Laner, Beth Thompson e Jim Goodall voltou a tocar junto sob o nome Medicine após 20 anos separados. To the happy few, o disco que marca esse retorno, é quase inacreditável por mostrar que o trio – mesmo com todas as desavenças passadas – ainda mantinha a mesma química do começo dos anos 90.
Pois bem, cá estamos nós de volta ao presente, e para surpresa geral (ou ao menos para minha surpresa) não é que os três lançaram no final do mês passado outro álbum inédito? E pior, tão ou mais absurdo que o anterior. Com vocês, Home everywhere.
Impressionante! Essa foi a primeira palavra que me veio à cabeça ao ouvir este novo trabalho do Medicine, lançado assim como To the happy few pela Captured Tracks.
A abertura, com “The reclaimed girl”, já pôs meu queixo abaixo com sua explosiva e barulhenta mistura psicodélica, mas então veio “Turning” e, porra, me esqueci de tudo que se diz lisérgico e moderno hoje em dia, de Temples a Tame Impala e Boogarins, e vi uma banda formada por três quase cinquentões me pondo pra sacudir freneticamente. E a viagem está apenas começando.
Home everywhere é ao mesmo tempo visceral e hipnótico, alternando – por vezes na mesma faixa – momentos calmos e oníricos com outros tempestuosos e absurdamente distorcidos. As pancadas de Goodall na bateria, a guitarra de Laner e, claro, os vocais de Beth, formam um conjunto perfeito, e sua música – mesmo com o passar dos anos – permanece extremamente fresca, atual. É shoegaze para os gazers, psych para os freaks, corrosivo para os barulhentos e assim por diante. Digo novamente: impressionante!
Sem mais, daqui direto para a lista de melhores do ano. Altamente recomendado!
