Eu não boto muita fé nessa papagaiada de ‘supergrupos’, que geralmente juntam uma porção de músicos sem grana/em fim de carreira/o que o valha para levantar um troco com a balela de ‘unir forças’ para ‘criar música foda’, etc.
Acontece que no início deste 2016 que galopa velozmente levei uma rasteira desse meu preconceito (ou arrogância, azedume, tanto faz) com o nascimento do Minor Victories, formado por Rachel Goswell (Slowdive), Justin Lockey (Editors), Stuart Braithwaite (Mogwai) e o artista visual James Lockey (irmão de Justin e metade do Hand Held Cine Club).
O primeiro single da banda, “A hundred ropes”, foi uma das maiores cacetadas que levei nos últimos tempos, uma mistura inacreditavelmente perfeita do que os envolvidos têm de melhor; sonhadora, barulhenta e hipnótica, a faixa me deixou de quatro e desde então esperei ansiosamente o homônimo disco cheio, prometido para junho. E ele chegou.
Não vou alongar demais este texto dissecando as 10 canções do álbum com explicações do tipo ‘essa lembra Slowdive, essa outra o Mogwai com o Editors’, porque isso é chato pra caralho e eu não quero parecer mais chato do que já sou. A fita já foi dada no parágrafo anterior: cada momento de Minor victories, o disco, é o balanceamento exato da equação que envolve os elementos citados, o equilíbrio entre melancolia e catarse. Maravilhoso, simples assim.
Altamente recomendado