Depois ainda dizem que os nossos japoneses são melhores do que os outros…
Formado em 1994 em Tóquio, o trio ultra experimental Boris é a prova de que a terra do sol nascente é muito mais que karaoke, metal farofa e ídolos pop.
O cerne da banda são Wata, Atsuo e Takeshi, mas volta e meia colaboradores surgem e desaparecem; e é nesse caos criativo que nestes 17 anos de carreira o grupo já lançou mais de 20 álbuns, que vão da psicodelia ao metal, do drone à música ambiente.
Em 2011 a prolificidade permanece alta, e o Boris chega não com um, mas com dois discos, ambos lançados pela Sargent House. Hoje, o PCP põe na roda um desses álbuns, Attention Please.
Como dá pra notar ouvindo a faixa acima (“Party boy”) ou a homônima que abre o disco, os blips e beats da música eletrônica marcam ponto no novo trabalho dos japoneses, mas as conhecidas guitarras que variam entre o barulho e a viagem contaminam – ainda bem – cada uma das 10 músicas do disco.
Seja no indie rock à Sonic Youth de “Hope”, “Les Paul custom ’86” e “Spoon” ou no dream pop lisérgico de “See you next week”, o Boris mostra que mesmo com o crossover é basicamente uma banda de rock.
O experimentalismo margeia o álbum mas não chega propriamente a invadi-lo. A mais explícita nesse sentido é “Tokyo wonder land”, uma salada entre o noise das guitarras e a sutileza das batidas.
Ainda não ouvi Heavy rocks, o irmão gêmeo de Attention please, mas vindo das mãos desses insanos orientais pode-se esperar – para o bem e para o mal – qualquer coisa.
Neste caso, acertaram em cheio.
Altamente recomendado!