Entre 1987 e 1990 o Loop lançou três discos essenciais no universo do rock lado b, sendo o primeiro deles, Heaven’s end, uma das pedras fundamentais do shoegaze e um dos trabalhos mais catárticos, barulhentos e desgraçadamente caóticos de sempre. Depois disso, a banda acabou. Fim? Não…

Corta para 2013, quando Robert Hampson, John Wills, Neil MacKay e Scott Dawson se reuniram para tocar no All Tomorrow’s Parties. Dali em diante seguiram fazendo shows, incluindo em uma edição do Primavera Sound, e em 2015 deram ao mundo o primeiro registro em 25 anos, o EP Array 1. Em 2018 ensurdeceram a plateia do Meltdown Festival, e já devidamente restabelecidos e com um novo line up entregaram ao mundo em março deste 2022 seu primeiro disco cheio em 32 anos.

Sonancy é a versão atualizada do Loop de 3 décadas atrás, a continuação do que Hampson sempre fez e provavelmente seguirá fazendo enquanto empunhar uma guitarra e um microfone. Minimalismo, barulho, repetição hipnótica, Suicide e Kraut, psicodelia e pós-punk, shoegaze e space rock, tudo cozido num caldeirão de distorções e processamentos.

Obviamente quem já escutou o citado Heaven’s end e seus dois sucessores perceberá uma maior clareza nas 10 canções deste álbum; numa definição rasteira, é como se parte do caos de outrora fosse dissipado tornando possível agora ‘enxergar’ a música do Loop. Mas não espere nada próximo à palavras como cristalino ou asséptico, o esporro aqui continua violento e não recomendado para indie kids.

Ouça no talo!

 

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