Não me lembro ao certo a primeira vez que li sobre o Cigarettes After Sex pela rede, mas tenho certeza de ter pensado algo como ‘deve ser uma banda safada pra caralho, com músicas ~quentes~ sobre todo tipo de putaria’. Aí apertei o play no primeiro disco cheio da banda e começou “K”. Quase caí da cadeira.
Toda a sacanagem que imaginei em minha mente suja – graças ao nome do grupo – veio abaixo. A pegada de Greg Gonzales e seus companheiros é diretamente oposta ao calor de uma cigarrinho pós-foda, e se seu primeiro disco cheio – que saiu em junho último – guarda alguma relação direta com o tal bastonete cancerígeno pós-gozo é pela preguiça e leseira que apresenta do começo ao fim.
Dream pop moldado sob histórias sobre melancolia e romantismo (não o que se entende por romantismo hoje, e sim aquele da escola literária) – e por isso mesmo também cheio de tragédias – Cigarettes after sex, o disco, é lento, sonhador e intimista, e a despeito de ser muito comparado a trabalhos do Mazzy Star me lembrou bem mais o Beach House.
Mas esse lance de comparações é sempre um saco, então ouça o álbum e tire suas próprias conclusões.