Acompanho o trabalho do Hierofante Púrpura há tempos, e acho foda ver o amadurecimento deles. Não o amadurecimento no sentido comum da palavra, tipo ‘nossa, como amadureceram, agora parecem adultos’. Não, definitivamente.
Porque a cada trabalho dos malucos de Mogi eles ficam ainda mais malucos, mergulham mais fundo nas experiências psicodélicas que os fazem preferidos da casa desde que a a casa abriu as portas (ouvidos) para eles, brisando forte entre uma crise de creize, um transe só…
O tal amadurecimento é nas composições, na riqueza dos arranjos, nas pancadas em um piano a Arnaldo Baptista, desoxidando a rotina do rock lisérgico contemporâneo; os Hierofantes vão longe no mar psilocibina, se aproximando tanto de Mutantes quanto de Opel, por vezes flertando com o progressivo mas sem cair nos excessos matemáticos. Trazem referências antigas, mas não são mofados, vão sempre além. São barulhentos e caóticos como os dias atuais.
Disco demência, o novo álbum do quarteto, saiu pela esperta Balaclava Records em outubro último e é – segundo a própria banda – uma ‘trilha sonora póstuma’ para “Filme demência”, película do insano Carlos Reichenbach que por sua vez é baseada em “Fausto”, obra do filósofo alemão Goethe. É muita coisa pra minha cachola de roqueiro vagabundo. Melhor apertar o play e cair dentro dessa toca do coelho da Alice.
Altamente recomendado!
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