
O quarteto Nothing foi formado por volta de 2012, na Filadélfia, pelo ex-encrenqueiro Dominic Palermo, que vinha de um período de dois anos de cadeia por tentativa de assassinato e buscava uma mudança de vida (se fosse brasileiro provavelmente se tornaria evangélico). Bem, o mínimo que se pode dizer é que ele conseguiu.
A jovem banda – que além de Palermo conta com Chris Betts (baixo), Kyle Kimball (bateria) e Brandon Setta (guitarra) – assinou contrato em 2013 com o selo de metal Relapse Records, e por lá lançou em março deste 2014 seu disco de estreia, Guilty of everything.
Resumidamente este disco de nove faixas pode ser rotulado como shoegaze, pelas guitarras distorcidas e os vocais preguiçosos/sussurrados da escola MBV e similares, mas além da parede de guitarras o Nothing traz para 2014 mais do rock alternativo dos anos 90.
O contraste entre a lentidão das canções e a energia/emotividade empregada nelas traz à memória bandas como Sunny Day Real Estate, a proximidade com riffs de metal lembra os momentos pesados do Smashing Pumpkins, e tudo isso (shoegaze, dream pop, pós hardcore, metal, etc) os coloca ao lado de contemporâneos como Jesu e Deafheaven nessa interessante nova cena qualquer-coisa-barulhenta dos anos 10.
Enfim, Guilty of everything é um ótimo trabalho, independente de rótulos ou comparações. As faixas preferidas por aqui são “Bent nail” e “Get well”.
Recomendado!
