Certa vez escrevi que o Cocteau Twins é uma banda ímpar não só pela música que criaram durante a década de oitenta (e começo da seguinte), mas também por agradar pessoas díspares e aparentemente sem nada em comum – como um ex-professor de semiótica dos tempos de faculdade e minha ex-mulher, por exemplo.

A banda de Liz Fraser e Robin Guthrie é mesmo assim, capaz de arrancar suspiros de góticos deprimidos a chapados em distorção, sempre atmosférica, etérea, quase dispersa.

Garlands, primeiro disco do trio (à época ainda com o baixista Will Heggie), não agrada tanto a crítica quanto a quem o ouve sem pareceres técnicos, comparações ou o que o valha.

Muito devido às linhas de baixo de Heggie, ‘pós punk demais’; pela ‘repetição’ de Guthrie na guitarra; e também por Fraser ‘não explorar todo o potencial que mostraria nos álbuns seguintes’. Balelas de críticos, claro.

Ao mesmo tempo sombrio e sexy, Garlands – que em 2012 completa 30 anos – é na verdade a base (assim como Psychocandy) para muito do que foi feito no rock de guitarras distorcidas nos anos seguintes, do dream pop ao shoegaze dos anos 90. Pergunte a Kevin Shields e ele provavelmente lhe dirá.

Essencial!

 


6 respostas para “Cocteau Twins – Garlands (1982)”.

  1. […] qualidade deixa a desejar, mas dá pra sacar como era um show do Cocteau Twins em 1990, mesma época em que eles passaram por aqui, no finado Projeto SP. Share […]

  2. amanda

    Mais um post perfeito sobre a minha banda favorita. Há quanto tempo procurei por um blog assim…

    1. Nossa, só vi agora seu comentário. Obrigado!

  3. Layron C.

    Agradam também a Góticos não depresivos 😉

  4. discomania

    Garlands é um álbum em que o CT ainda não havia adquirido uma sonoridade própria, seja nos vocais de Liz ou nas guitarras de Guthrie. São perceptíveis aa influencias de Siouxsie and The Banshees. Só no álbum seguinte é que o lado etéreo e com mais personalidade começa a dar as caras.

  5. É um Hino, né? 🙂

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