Antes de qualquer coisa que possa ser escrita aqui, desafio vocês a ler e pronunciar corretamente o nome deste EP, primeiro da banda quase-punk islandesa Tappi Tíkarrass. Contenda feita, vamos ao que interessa.
Bitið fast í vitið (algo como uma mordida forte em sua mente, creio eu) foi gravado no primeiro semestre de 82 e lançado logo em seguida, 1 ano após a formação do já citado quarteto Tappi Tíkarrass. Mas quem são esses? Voltemos no tempo…
Em 1977 uma menina de quase 12 anos chamada Björk Guðmundsdóttir lançava seu primeiro e homônimo álbum, sob uma série de influências (família, escola, universo e tudo mais), mas como nessa tenra idade já não se acomodava, passou a se ligar na recém-nascida cena punk de Reykjavík e daí pra montar seu primeiro grupo foi uma estalactite. Após formar as bandas Spit and Snot (só com garotas) e Exodus ela se juntou ao baixista Jakob Magnússon e assim nascia o Tappi Tíkarrass, que tirou Björk definitivamente da infância e a jogou no mundo onde está até hoje nos encantando.
Seu primeiro registro, Bitið fast í vitið, tem 5 faixas quase-punk, ou o que eles entendiam por punk (tem umas coisas atípicas à agressividade dos 4 acordes, que os aproxima também da new wave e do pós-punk, e esses elementos entraram em cena com maior destaque no disco cheio lançado em 83).
A voz da mulher-esquimó obviamente ainda não era o que veio a se tornar, mas a pequena Björk já tinha presença de palco e aquele jeitão excêntrico que todos (ou quase) amamos, como dá pra conferir no vídeo que vem logo abaixo do EP.
PS: Após o primeiro álbum a pequena vocalista saiu do Tappi Tíkarrass e circulou pela cena cultural islandesa (com as bandas Kukl e The Elgar Sisters, além de publicar um livro de poemas, etc) até que chegou ao Sugarcubes, e aí outra história tinha início.
Boa viagem no tempo…