O Verve já tinha história e dois discos sensacionais antes de Urban hymns, da glória, da fama e da carona de rabeira no britpop. Mas o negócio é que tanto A storm in heaven (de 93) quanto A northen soul (de 95), apesar de como dito serem grandes álbuns, são mais cultuados que ouvidos. E não adianta bancar o chato super indie psicodélico, porque contra fatos não há argumentos.
Fora da bolha dos adictos, no vasto universo povoado pelas pessoas ‘normais’, é o terceiro disco dos ingleses que vem à mente quando se pensa neles. Claro, Urban hymns já abre com ‘Bitter sweet symphony” e “Sonnet”, além de trazer no pacote “Lucky man”; só essas três faixas devem bancar as trips de Richard Ashcroft e cia. até hoje, porque tocaram tocam à exaustão no rádio e rodaram mais que puta de rua na MTV.
Talvez essas mesmas pessoas ‘normais’ nunca tenham prestado atenção à “The rolling people”, “Catching the butterfly” ou chegado ao final apoteótico com “Come on”, e também talvez os tais chatos as tenham deixado passar em branco ‘porque essa porra fez sucesso e ficou pop’. Enfim, quem sou eu pra julgar gente ‘normal’ ou chata, já que me enquadro nas duas categorias…
Baboseiras à parte o que realmente (me) importa é que sem Urban hymns, lançado há exatos 20 anos, não existiria o Pequenos Clássicos Perdidos. Isso mesmo. Você que lê a e ama esse blogue, gostando ou não do álbum, deve a ele a oportunidade de apreciar esse monte de textos mequetrefes e ouvir esse monte de discos bacanas.
Obviamente não me lembro com certeza de quando, mas foi numa noite perdida entre viagens ilegais que pus o CD pra tocar tentando desesperadamente acalmar cérebro e coração que galopavam furiosamente, e em meio ao turbilhão de pensamentos desordenados me veio a luz: ‘caralho, eu devia escrever um blogue (basicamente) sobre discos, narrando experiências como essa como pano de fundo pra música’. Nem sempre funciona assim, mas o resto é história escrita aqui.
E assim, graças a Urban hymns, surgiu o Pequenos Clássicos Perdidos. Obrigado, Verve. E obrigado a todos vocês que mantém o PCP vivo. Love you all ❤
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É isso aí. Clássico é o que fica e tem qualidade. Mesmo com a qualidade dos outros álbuns do Verve esse tem além da qualidade o encanto das grandes canções que grudam à primeira audição e marcam. Também já senti a alma acalmar ouvindo essas canções.