
Acho foda quando um artista mostra não estar preso a um gênero ou filão e se dispõe a fugir da tal zona de conforto e apostar nas diferenças, mesmo que seja em um último suspiro. Vinicius Dias, ex-guitarra e voz do Sin Ayuda, vem há alguns anos tocando seu projeto DIAZ onde flutua por diversas ondas psicodélicas, indo do folk à barulheira de baixa fidelidade, e agora em 2016 o rapaz decidiu matar esse ‘personagem’ com um derradeiro trabalho, que sabiamente nomeou Death to the Diaz.
O disquinho de 08 faixas – gravadas entre 2010 e 2016 – saiu em agosto via Crooked Tree Records, selo de outro incansável trabalhador do submundo musical tupiniquim, o alagoano Mario Alencar (‘outro trabalhador’ porque Vinicius, além de músico, mantém a Polidoro Discos, que lança uma porção de outras bandas independentes). As canções do álbum são curtas, e se em algumas delas – como “Fogo amigo” e “1ma de morrer” – está presente algo como uma assinatura de DIAZ, com violões e distorção andando lado a lado, em outras está o grande trunfo deste adeus.
“Mr. Goodness” e especialmente “Billy Bob Thorton funk you” e “Club caos” são três agradáveis surpresas prontas para uma pista de dança, mostrando que a admiração de Dias por John Frusciante vai além do esquema ‘artista-fã’ e entra no campo das influências (o guitarrista dos Chilli Peppers lançou um ótimo disco de acid house no ano passado, lembram?).
Talvez essas faixas mostrem o que pode ser um novo caminho a ser trilhado pelo Vinicius, sob outra alcunha e com outros horizontes. O cara é inquieto, e de gente assim sempre podemos esperar boas traquinagens. Que venha o futuro!

