Duas coisas sobre a canadense Tess Parks: primeiro, ela é realmente bela, com aqueles olhos esbugalhados e a cara de eternamente chapada, sempre estilosa; segundo, ela é realmente esperta e afincada.
Quando tinha 17 anos saiu de Toronto em direção à Londres para estudar fotografia em alguma escola de artes, mas caiu na efervescência da cidade e – vinda de uma família musical – se jogou na cena psicodélica londrina, e só voltou para sua terra natal porque seu visto expirou. De volta ao Canadá montou uma banda, mas o importante é que enquanto estava na terra da rainha a menina fez contato com o lendário Alan McGee, que através de seu novo selo, 359 Music, lançou Blood hot, primeiro disco de Tess.
Pois bem, a segunda evidência da esperteza/afinco da guria é que, não sei quando nem onde, ela cruzou também o caminho do tempestuoso e maluco Anton Newcombe, cérebro e voz do seminal Brian Jonestown Massacre, e desse encontro nasceu uma parceria e um álbum, chamado I declare nothing.
A versão que você ouve logo acima é a demo do disco (ou work in progress, como Newcombe gosta de chamar), mas caso aconteça como com Revelations, o último disco do BJM, a diferença será mínima.
Nas 11 faixas de I declare nothing (a versão oficial terá 10) o clima é enfumaçado, letárgico, e ouvi-lo é como entrar numa casa de ópio com uma linda mulher de voz rouca cantando no palco, acompanhada por músicos tão chapados quanto ela.
Pra quem gosta de psicodelia mas passa batido pelo flower power, eis aqui uma grande pedida. E assim que pintar a versão oficial a gente põe na roda e passa a bola.
Recomendado!
Pingback: The Brian Jonestown Massacre With Tess Parks – Fingertips/Groove Is In The Heart (2016) | PEQUENOS CLÁSSICOS PERDIDOS