
Andréia Dias faz parte da nova safra de (boas) cantoras brasileiras, e embora nunca tenha passado por aqui com nenhum de seus três primeiros discos autorais, a gente está de olhos e ouvidos ligados nela desde Vol. 1, sua estreia, de 2008.
Hoje, preenchendo esta lacuna, a gente põe pra rodar no PCP o quarto e recém lançado álbum da moça, a psicodélica homenagem a Rita Lee chamada Prisioneira do amor.
A ideia do disco nasceu em 2013, quando Andréia fez alguns shows com os irmãos Nardo, Rubens e Beto, que acompanharam Rita lá pela metade dos anos 70. Zé Pedro, dono do selo Joia Moderna, assistiu a uma dessas apresentações, gostou, e após um contato dele com o jornalista – e amigo de ambos – Marcus Preto, a cantora entrava em estúdio com Tim Bernardes (d’O Terno) para reconstruir dez canções de Santa Rita de Sampa.
A escolha das músicas é o primeiro ponto alto de Prisioneira do amor: com exceção a “Ovelha negra” – com a qual Andréia tem uma relação bem pessoal – as demais são, a grosso modo, desconhecidas. Destaque para “Bad trip”, faixa que Rita lançaria nem 73, se o disco não fosse abortado por André Midanni, então executivo da Philips.
O segundo ponto alto do álbum é o trabalho de Tim Bernardes no rearranjo das canções escolhidas. O cara, adicto em psicodelia setentista, foi muito além de versões básicas; deu um trato lisérgico em cada uma das músicas, e mesmo o citado hit “Ovelha negra” ganhou outros contornos.
Enfim, resta agora conferir Prisioneira do amor ao vivo e atestar o poder de fogo de Andréia Dias nesta nova e colorida aventura.
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