
Para fãs xiitas dos Smiths, que por sinal são a grande maioria, qualquer um dos discos do quarteto de Manchester tem o mesmo peso, é maravilhoso, irretocável, etc, etc, etc.
Eu não sou desses fãs. Gosto muito da banda, mas pra mim Meat is murder, segundo disco deles, só não é pior que Rank, o último. De qualquer forma, o fato dele ter completado 30 anos ontem não poderia de forma alguma passar em branco apor aqui. Porque em Meat is murder está “How soon is now?”, e essa música, sozinha, vale mais que muitos e muitos álbuns de qualquer época.
Claro, nem só de “How soon is now?” vive Meat is murder. “The headmaster ritual” e “Barbarism begins at home” são duas boas faixas, que ajudam a segurar os arrastados 46 minutos do disco. Ok, ele é melhor produzido, é por assim dizer mais diversificado que o ótimo The Smiths (de 84), mas sim, é arrastado. De uma forma geral, falta-lhe a alma e a intensidade que os Smiths mostrariam ter de sobra um ano depois, com o preferido da casa The queen is dead.
De qualquer forma lá se vão 30 anos, Morrissey e Marr continuam na ativa, cada um no seu mundo, e os fãs xiitas dos Smiths continuam se proliferando – invariavelmente louvando os discos solo do Mozz e praguejando contra os de Johnny – e “How soon is now?” continua como uma das melhores músicas de todos os tempos. Ah, o aniversário é de Meat is murder…foi mal!

