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Até o lançamento de The rise and fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, vulgo Ziggy Stardust, David Bowie era ‘apenas’ David Bowie, compositor da psicodélica “Space oddity” e que havia gravado então três discos, dois deles tão excelentes quanto díspares – The man who sold the world e Hunky dory.

E eis que chega 1972 e Bowie – que ainda não era conhecido como camaleão do rock, e sim como um roqueiro perdido e sem um rumo musical – se apresenta ao mundo como Ziggy Stardust, um alienígena andrógino que veio a terra para salvá-la de sua destruição (que aconteceria em 5 anos) mas acaba por formar uma banda, os Spiders From Mars, esquecendo-se de sua missão primordial e literalmente caindo no rock, com suas glórias e excessos.

Esses dois universos, da música e do teatro (as duas paixões de Bowie), são combinados por ele de uma forma perfeita; impossível dizer onde um termina e o outro começa, eles colidem e moldam-se nas 11 faixas de Ziggy Stardust, que mesmo não tendo a linearidade de Tommy, do The Who, conta a sua maneira uma história sobre fama, decadência, paranoia e um futuro tão vazio quanto o vácuo do espaço.

Musicalmente o álbum guarda o melhor dos trabalhos anteriores de Bowie. É tão roqueiro quanto The man who sold the world e tão pop quanto Hunky dory, indo de um início dramático – com “Five years” e “Soul love” – ao peso de “Suffraggete city”.

Esse delicado equilíbrio entre o drama teatral incorporado às canções e o puro raw power dos 4 acordes se repete por todo o disco, e é nessa verdadeira gangorra que Bowie se balança, ganhando impulso para lançar-se ao futuro, à fama, à paranoia, à decadência e à ressurreição – ou tudo que ele canta em The rise and fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars e que se mostraria a ele nos anos seguintes.

Essencial!


4 respostas para “David Bowie – The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars (1972)”.

  1. Fabinho, seu post sobre o Bowie está ótimo… aprendi uma pá de coisas sobre este disco que eu não sabia! Thanks a lot!!! Big abraço, Vinnie

  2. […] em 1973, mas de qualquer forma não custa compartilhar: a anunciada última encarnação de Ziggy em Bowie, ao lado das aranhas de marte, tocando no Hammersmith Odeon em 03 de julho (com direito a cover de Velvet Underground e […]

  3. […] do que muitos especialistas acreditavam, Let’s Dance é um disco tão conceitual quanto The Rise and Fall of Ziggy Stardust…(1972), Diamond Dogs (1974), Station to Station (1976) ou a trilogia berlinense Low – Heroes – Lodger […]

  4. […] pelo canto de uma Ângela Maria glitterizada e com riffs de guitarras que parecem ter saído de Ziggy Stardust & The Spiders From Mars. 6) Foi um dos poucos discos que tocou todas as faixas (sim, as treze faixas do disco!) nas ondas […]

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