
Em tempos de alta para o faça você mesmo, cada vez mais surgem (e desaparecem como se não tivessem existido) mais bandas apostando na música feita em casa, sem regras, sem produtores e sem preocupação com sucesso (e qualidade, por que não?).
Gente como o prolífico moleque do Brooklyn Zak Mering, aka Raw Thrills, que entre outros ‘trabalhos’ lançou este ano, via Sixteen Tambourines, o disco da vez aqui no P.C.P: Raw Thrills and his chain gang.
Chamar de disco foi por nossa conta. Lançado originalmente como um cassete, And his chain gang traz 18 faixas gravadas por Mering com a mão de seu amigo Sam Mehran na autoral “My life was in chains”.
As demais canções são côveres que vão dos Bee-Gees (“I was a lover, a leader of men”) à Byrds (“So you want to be a rock n roll star”), todas absurdamente lo-fi e psicodélicas, com teclados sem vergonha, bateria primal, guitarras sujas e um ar retrô, exalando cheiro de mofo.
Em meio a esse caos atonal, a versão do Raw Thrills para “Sweets for my sweet”, dos Drifters, traz backing vocals e uma gravação mais limpa e próxima da original; mas no geral as músicas vêm transformadas em verdadeiras jam sessions de baixa fidelidade.
Se você gosta dos primórdios de Woods e Wavves – inclusive pela pegada meio gótica – e do preferido da casa Dirty Beaches, baixe Raw Thrills and his chain gang e mergulhe nesse mar onde a técnica e alta qualidade são um meros detalhes.
Disponível para download no site da Gunk TV Records.
