Alguns dizem que da toca do shoegaze não saem mais coelhos. Bobagem!
Volta e meia alguma banda obscura (ou não) de algum canto do globo lança um álbum no qual relê o gênero que tem como seu maior expoente o My Bloody Valentine e nessa releitura acaba gerando algo novo (ouça os discos do No Joy e do Disappears, por exemplo).
O trio de Austin (Texas) Ringo Deathstarr é até este momento a banda que conseguiu extrair o suco mais concentrado do shoegaze, diluí-lo em suas próprias receitas e assim apresentar ao mundo um produto com a mesma base, mas de sabor intensamente fresco: seu debut, Colour trip (Club AC30, 14 de fevereiro; Vinyl Junkie, 09 de fevereiro).
Elliot Frazer (guitarra, vocal), Daniel Coborn (bateria) e a exibida Alex Gehring (baixo, vocal) já foram acusados de copiar descaradamente o clássico álbum Psychocandy, dos irmãos Reid, em suas composições.
Colour trip serve como um ‘cala a boca’ para esses críticos, não porque não tenha influência do Jesus and Mary Chain (tudo que foi feito no rock lado B desde Psychocandy TEM sua influência), mas por injetar nessa veia outros tipos de sangue, contaminando Colour trip com uma mistura da velocidade anfetaminada do MBV circa Isn’t anything com o derretimento lisérgico dos mesmos na era Loveless.
Isso significa que o Ringo Deathstarr apenas mudou o ponto de referência na hora de compôr seu novo disco? Não, significa que todos nos espelhamos em algo para realizar nosso trabalho, e realizá-lo de forma a acrescentar algo novo e instigante depende da criatividade e de como usá-la. Além do mais, tanto o MBV quanto o J&MC (assim como Sonic Youth, Pixies, etc) são marcas d’água do guitar rock, o que torna impossível não reconhecer fragmentos de sua sonoridade em qualquer obra do gênero.
A faixa que abre Colour Trip, “Imagine hearts” e a que o fecha, “Other things”, são as preferidas da casa. O primeiro álbum da lista de melhores de 2011 do PCP.
Recomendado!
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