O Talulah Gosh é uma instituição do rock independente oitentista, referência e influência pra um sem número de artistas, uma das peças-chave da Sarah Records, um dos grande nomes da C-86, do twee pop e etc. Isso tudo é – ou deveria ser – sabido por todos que se ligam em música ‘alternativa’ (não é julgamento, é lição de casa).

Mas talvez nem todos saibam que o fim do TG significou o nascimento de outra banda que também morreria para dar origem à outra banda, que também morreria para dar origem à outra banda (ufa!). Em ordem, os outros três grupos são Heavenly, Marine Research e Tender Trap, e é o segundo disco dos primeiros citados que roda agora em nossa vitrola virtual.

Le jardin de Heavenly saiu há 30 anos pela mesma Sarah dos tempos de Talulah no Reino Unido e nos EUA pela imensurável K. Records do herói indie Calvin Johnson – que inclusive dá as caras, ou melhor, solta o vozeirão grave em “C is the Heavenly option” – provavelmente atento ao grupo por seu flerte com o movimento riot grrrl no EP Atta girl, de 1993.

Ok, é meio impossível adentrar no jardim do Heavenly sem lembrar de quem o originou, mas também é difícil passear por ele sem pensar em Belle and Secastian, Frankie Cosmos, Soccer Mommy, Snail Mail ou (numa escala diferente) em contemporâneos como Belly e Sundays.

Indie rock ‘fofinho com ironias’ guiado pela voz de Amelia Fletcher; mais doce, musicalmente mais pop, coeso e menos frenético do que (num panorama geral) era o TG. É quase como um amadurecimento – embora eu tenha certa aversão por esta palavra – da mesma banda, com um nome diferente numa década e com experiências diferentes, pronta pra seguir como referência para quem viria depois. E ao menos esta última parte do texto é certeira.

Dois anos depois o Heavenly voltaria mais barulhento para seu último registro antes de originar o Marine Research, mais isso (e uma longa viagem no tempo, para 1985 e os primórdios do Talulah Gosh) fica para os próximo capítulos dessa história. Por hoje celebremos as 3 décadas e nos encantemos com a beleza de Le jardin de Heavenly.

Essencial!

 


4 respostas para “Heavenly – Le Jardin De Heavenly (1992)”.

  1. […] Records que podem ser – e provavelmente foram – colocados lado a lado com trabalhos do Heavenly, Aberdeen ou suas influências nas prateleiras. E é o primeiro dos álbuns de Karen Ried e Matt […]

  2. […] foi berço e lar de um grande número de bandas queridas no PCP (basta pensar em Sea Urchins, Heavenly ou Aberdeen, por exemplo) mas poucas delas – ou nenhuma – é tão marca d’água […]

  3. […] porque a fórmula básica de ambos os discos é a mesma, twee pop da escola Sarah Records (Heavenly, Aberdeen)/adjacências (Bunnygrunt) e outras doçuras como Blake Babies, mas essas são apenas […]

  4. […] rapidamente o lance do ‘berço indie’ da dupla, Amelia e Rob tocaram no Heavenly, daí sua ligação umbilical com a gravadora de Bristol. E para o tributo, ao invés de […]

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