Os três primeiros discos do Belle and Sebastian estão ligados de forma tão profunda a um período da minha vida que é impossível ouvir e falar sobre qualquer um deles sem entrar automaticamente num túnel do tempo e ser arrebatado por um sem número de emoções.
Aqueles anos da segunda metade da década de 90 foram tão felizes, intensos e transformadores; havia pessoas especiais ao redor, os perrengues pareciam mais simples de resolver e, pra usar palavras ditas num texto sobre o Dirty, a sensação diária àquela época era a de estar num filme particular, protagonizando cenas sem roteiro, edição ou direção.
The boy with the arab strap, o terceiro álbum do B&S que hoje chega aos 20 anos, foi deles o que mais marcou essa fase e também o que a acompanhou até o final, algum tempo após seu lançamento. Juro que queria escrever algo técnico ou opinativo sobre esse disco, mas não dá; exatamente agora toca nos fones a música que dá nome a ele, os olhos estão marejados, o coração meio apertado e as lembranças de tardes ensolaradas como a de hoje não dão espaço pra mais nada. Sinto muito, literalmente.
Disco da vida!