Em janeiro deste ano o primeiro e homônimo disco do Doors chegou ao quinquagésimo aniversário, e praticamente todas as ‘grandes publicações’ musicais mundo afora celebraram e vem celebrando o debute da banda. Bem, o disco é foda mesmo, traz dois dos maiores sucessos dos caras (“Break on through” e “Light my fire” – insistentemente tocadas nas rádios de rock até hoje) e uma das maiores viagens da era psicodélica, “The end”, com seus 11 minutos.
Mas como nem só de grandes publicações musicais vive o mundo, a gente lembra hoje não da estreia de Jim, Ray, Rob e John, mas de seu segundo disco, Strange days. O álbum também completa 50 anos em 2017, também tem hits eternamente radiofônicos (“Love me two times” e “People are strange”), também termina com uma longa trip lisérgica de 11 minutos (“When the music is over”), também obteve um enorme sucesso comercial, mas de uma forma geral não é tão lembrado e/ou louvado quanto seu predecessor.
Há várias explicações pra esse fato. Uma delas é justamente a semelhança com seu irmão caçula; outros críticos chegam a dizer que Strange days é inconsistente, isso, aquilo e outras balelas de quem apenas ouve a música e não a sente. Mas este ponto é obviamente uma questão pessoal, e cada um capta a música como pode, alguns simplesmente com ouvidos e cérebro, outros com o corpo inteiro, a alma e o coração. Estou no segundo grupo, daqueles que absorvem e se deixam absorver por ela, que a tornam parte de suas experiências e por vezes a própria experiência.
E Strange days, assim como Waiting for the sun e Morrison hotel, são partes do meu todo, dos meus tantos erros e acertos, da minha vida, enfim. Dos outros dois discos falo em algum dia, numa outra viagem. Porque por hoje a música acabou, então apague as luzes…
Grande álbum… Bela resenha!