Me lembro bem de quando Sean Lennon, o filho do homem, veio fazer um show no Brasil; sua apresentação aconteceu exatamente em 20 de outubro do ano 2000. Por que me recordo tão bem deste dia? Porque para a infelicidade do caçula de John Lennon ele iria abrir para o Sonic Youth, que tocava pela primeira vez por aqui. Resultado: a não ser por meia dúzia de curiosos e/ou fanáticos por Beatles ninguém deu a menor bola para o pobre rapaz.
Se o tal show aconetecesse hoje em dia muito provavelmente eu prestaria mais atenção, já que ele deve ter incuído no set canções de seu primeiro disco, que a gente põe na vitrola virtual agora. Senhoras e senhores, com vocês Into the sun.
Gravado enquanto Sean tocava com sua namorada Yuka Honda no Cibo Matto e lançado pela Grand Royal (selo dos Beastie Boys), o disco de 13 faixas pouco ou nada lembra os caminhos musicais do pai famoso, flertando mais com a música brasileira que com uma suposta herança musical.
Além do namoro com a bossa nova (talvez graças à namorada, que produziu o álbum), há em Into the sun guitarras distorcidas tipicamente noventistas, uma ou duas pitadas de jazz e folk, alguns bricabraques eletrônicos e uma leve influência psicodélica – menos Beatles, mais Beach Boys. E mesmo com a alta rotação de “Home” na MTV e o peso do sobrenome, o disco não levou Sean Lennon muito longe e sua carreira não decolou. Ele ainda está por aí (há um álbum recente gravado com a mãe e John Malkovich), mas para a maioria dos mortais ele continuará sendo apenas o filho de John Lennon e Yoko Ono.
Uma pena, porque (hoje) acho Into the sun um álbum bem bacana.
Cara, ano passado ele lançou um álbum com Les Claypool: Monolith of Phobos.
É a melhor coisa que escutei em anos.
Não sei bem como está a recepção internacional do álbum, mas acho incrível!