Há 4 anos atrás Zachary Cole Smith lançava Oshin, o primeiro disco de seu projeto off-Beach Fossils, o DIIV.
O álbum foi muito bem recebido, tanto pelo público quanto pela crítica, e um futuro promissor se descortinava para a molecada nova-iorquina, mas sabe como é a molecada, né? Se você é jovem, experimenta a fama, põe uma grana no bolso e sai por aí com sua namorada igualmente chapada para comprar uns aditivos e acaba se descuidando, inevitavelmente os tiras vão por um fim à sua farra.
Em 2013, apenas um ano após lançar Oshin, Zach e sua garota, Sky Ferreira, foram pegos pela polícia com heroína e ecstasy. Pagaram fiança e saíram da cadeia, mas quem já rodou na mão de um fardado sabe que a experiência não é nada agradável, e que de uma forma ou de outra deixa suas marcas. Junte aí o vício que levou ao enquadro, brigas internas entre os membros da banda, fofocas, etc, e o caminho pode levar ladeira abaixo.
Mas aparentemente nem o vocalista do DIIV nem a namorada se abalaram, afinal de lá pra cá ela já lançou singles, participou de filmes e músicas de outras bandas e promete para 2016 seu novo álbum; já ele finalmente chegou ao segundo disco, que vocês ouvem agora aqui no PCP. Com vocês, Is the is are.
O álbum duplo saiu em 05 de fevereiro via Captured Tracks, e em suas 17 faixas o DIIV enterra o tal fantasma do segundo disco, a pressão e tudo que ronda a sequência de um predecessor elogiado.
Is the is are continua carregado de reverb, característica marcante dos riffs de Smith, mas outras influências engrossaram o caldo das composições. O pós-punk oitentista já chega forte na segunda faixa, “Under the sun”, e permeia todo o álbum, bem como o ‘climão Sonic Youth’ de “Blue boredom (Sky’s song)” – com os vocais de Sky Ferreira – e “Mire (Grant’s song)”.
E a faixa-título, inspirada em “Hallogallo” do Neu!, mostra o DIIV com mais texturas e camadas, ampliando seus horizontes e buscando não se repetir. E graças a tudo isso, mesmo sendo um disco duplo, Is the is are não cansa os ouvidos.
Recomendado!