Se o ‘mundo indie’ fosse justo, hoje todas essas bandas de guitarra que estão por aí, mais suas assessorias, jornalistas amigos, groupies e agregados deveriam de alguma forma pagar tributo ao Cigarettes.
Pra quem perdeu o pedaço da história de 1994 pra cá, eu explico: há 21 anos Marcelo Colares começava a banda que é parte viva, pulsante e distorcida do hoje expandido universo do rock alternativo tupiniquim, com uma pequena mas saborosa porção de registros lançados em vinil, CD e cassete, sendo o primeiro oficial deles, Bingo, de 1997.
Acontece que, talvez por uma postura ‘independente demais’, por andar à margem da margem, ou por outras razões que desconheço, o Cigarettes nunca foi alçado ao status cult de outros contemporâneos. Enfim, apesar desse (meu) incômodo com a falta de reconhecimento, Colares permanece na ativa à frente dos cigarrinhos, e dois anos após o último e homônimo disco, a mesma Midsummer Madness que lançou o debute do grupo lá em 97 põe no mercado – somente em versão digital – o novo trabalho do Cigarettes. Com vocês, The waste land.
O álbum é quase todo feito por Marcelo; ele compôs 8 das 9 faixas, tocou todos os instrumentos (com exceção à bateria) e produziu o disco ao lado de Sergio Ugeda, responsável também pelas baquetas.
Pode-se dizer que The waste land é menos ruidoso que seus antecessores, mais tranquilo e por vezes melancólico (o ‘pode-se dizer’ vem principalmente devido à preferida da casa “Mandy V2”), mas mantém a sonoridade lo-fi característica da banda e os mesmos vocais preguiçosos à J. Mascis de Marcelo.
Caso você não conheça o Cigarettes e queira mergulhar em sua discografia, no Bandcamp da Midsummer Madness é possível escutar e baixar alguns de seus trabalhos antigos, além de um grande número de discos de outros grupos.
E se quiser começar pela terra perdida de Marcelo Colares, aperte o play e tenha uma boa viagem por parte da história do rock alternativo brasileiro.
Recomendado!
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