O irlandês Damien Rice se tornou mundialmente conhecido – ou quase famoso, se preferir – quando “The blower’s daughter”, uma das canções de seu primeiro e ótimo disco 0 entrou na trilha sonora do filme Closer, em 2004. A faixa serviu como porta de entrada para muitos ao melancólico universo das composições de Rice, mas muitos pararam por ali; músicas tristes não são para muitos, afinal.
Em 2006 veio 9, seu segundo álbum, e após oito anos e dois trabalhos ao vivo preenchendo o espaço vazio, em outubro de 2014 ele deu ao mundo mais uma peça de seu quebra-cabeças da dor de cotovelo. Com vocês, My favourite faded fantasy.
O disco foi produzido pelo lendário Rick Rubin, que não mudou a regra Damien Rice de compor/executar: da primeira à última faixa, 50 minutos de uma tristeza quase física, de introspecção movida a coração partido, de solidão e de dias chuvosos. My favourite faded fantasy foi escrito após Rice se separar de Lisa Hannigan, sua namorada e colaboradora; se em 0 e 9 o mundo parecia ruir, aqui ele já está no chão…
O outono sem fim do irlandês traz à memória Nick Drake e outros que fizeram da melancolia sua verdade, ajudando alguns – como nós – a fugir da medíocre felicidade falsa que impera neste século XXI.
Recomendado!
Na minha opinião, My favourite faded fantasy é o melhor trabalho de Damien Rice. Tanto nas letras como nas composições e na parte instrumental, o novo trabalho de Damien é mais maduro e muito mais complexo e sofisticado que os discos anteriores. Poderia vir ao Brasil, quem sabe.