Encarnado é o primeiro disco solo de Juçara Marçal mas está longe de ser sua estreia no mundo da música. Na ativa desde os anos 90, ela tocou com os grupos Vésper, A Barca e Metá Metá, neste último ao lado de Kiko Dinucci, seu parceiro musical desde a metade da década passada e com o qual já lançou um álbum, com o sugestivo nome de Padê (2007).
Voltando a 2014 e a Encarnado: nele Juçara trabalhou novamente com Kiko e criou um disco único, algo completamente fora dos padrões da música brasileira. Não adianta forçar a barra e tentar enquadrá-la na chamada MPB, seja como sua salvadora ou como pária dentro de seu caldeirão; o buraco aqui é mais embaixo, mais experimental, fraturado, barulhento e dissonante – herdando muito da Vanguarda Paulistana – onde o único ponto de estabilidade é a bela voz de sua autora.
Dezenas de textos já louvaram Encarnado como o melhor álbum nacional deste ano, bem como tentaram explicá-lo. Não me atreverei a fazê-lo, pois não vejo uma maneira e desatar o enorme nó que são suas 12 faixas, das autorais às versões, mas engrosso o coro que põe este álbum entre os grandes de 2014. Música brasileira para fãs de Sonic Youth, ou vice-versa.
Altamente recomendado!
Essa turma veio pra ficar! Juçara é de uma força e delicadeza que impressiona!
Um beijo.
amém!
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