E lá se vão 25 anos desde que o Mudhoney surgiu, na cidade que poucos anos mais tarde se tornaria o centro do mundo, a chuvosa Seattle.
Já disse por aqui que acho os caras a quintessência do que se convencionou a chamar de grunge; talvez só o Nirvana fosse tão…grunge quanto o Mudhoney, mas Kurt Cobain morreu, e Mark Arm não. E melhor, pra comemorar 1/4 de século a banda quebrou um jejum de cinco anos e lançou em 2 de abril – via Sub Pop, pra variar – seu nono álbum, Vanishing point.
As 10 faixas do disco giram em pouco mais de meia hora e são absolutamente cruas, cheias de solos monocórdicos e distorções (incluindo aí os indefectíveis wah-wah); Mark Arm continua cantando – e gritando – como cantava no álbum de estreia, lá em 89; as viradas de Dan Peters continuam quebrando o ritmo 4X4 básico. Enfim, é o mesmo Mudhoney de sempre, em alguns momentos um tanto mais chapado (“Sing this song of joy”), em outros completamente punk (“Chardonnay”). E na real, pra que mudar?
Após tanto tempo na estrada e já entrando na meia idade, a banda definitivamente não precisa provar mais nada a ninguém (não que já tivessem tentado, pelo contrário). Continuam na deles, soando meio desleixados, meio bêbados, barulhentos, divertidíssimos, sem pretensões de lotar estádios; são rock and roll sem maquiagem ou roupas da moda, sem super produções, com cara e espírito de garagem.
Resumidamente, é o tipo de música necessária em tempos de Killers como headline de festivais de rock.
Altamente recomendado!
Parabéns! parabéns! vc falou tudo sobre o Mudhoney! vc foi fatal. Mudhoney é exatamente tudo o que vc falou. gostei da parte onde vc diz: Kurt se foi e Mark não. Valeu.
Pingback: Resumo Da Semana – Pequenos Clássicos Perdidos Na Antena Zero | PEQUENOS CLÁSSICOS PERDIDOS