
Do cérebro derretido de Wayne Coyne e seus parceiros do Flaming Lips as alucinações musicais e extra-musicais brotam e crescem como chuchu.
Embryonic, lançado em 2009, foi o último disco de inéditas (só da banda), mas nesse meio tempo regravaram Dark side of the moon, fizeram inúmeras parcerias, uma canção com 24 horas de duração e por aí afora. Até que em 1° de abril chega oficialmente ao mercado o décimo terceiro trabalho da carreira do grupo, chamado The terror.
Debruçar-se sobre este álbum é uma experiência recomendada apenas para iniciados em Flaming Lips. The terror – que sai nos EUA via Warner e na Europa pela Bella Union – foi produzido pelo mesmo David Fridmann que trabalha com os caras desde 1990, e soa como um apanhado das maiores insanidades que eles já cometeram juntos.
Psicodelia intensa, muito barulho, ritmos fraturados, bricabraques eletrônicos (drum machines, sintetizadores) e Coyne cantando como se estivesse num coro celestial são basicamente os ingredientes que compõem o disco.
Em um release para a imprensa o vocalista dos Lips disse, resumida e vagamente, que o terror que nomeia o álbum é causado por saber que mesmo sem amor a vida continua. Seria algo como uma dor de cotovelo? Uma perda?
Difícil penetrar a mente de Wayne Coyne para saber o que motivou a criação de The terror. Mais fácil é dizer que o disco tem muita influência do Pink Floyd circa 68/69, obviamente contextualizada no universo experimental e barulhento habitado pelo Flaming Lips, ou seja, é intragável para 90% da população mundial.
Os outros 10% – e aí eu me incluo – podem comemorar. Os lábio flamejantes estão de volta.
