
Dos destroços do tsunami shoegaze que de alguns anos pra cá vem varrendo os Estados Unidos continuam surgindo bandas bacanas.
Fora os preferidos da casa Disappears e Ringo Deatstarr, os ecos das guitarras distorcidas que nos anos 90 fizeram história – e escola – continuam reverberando na terra do tio sam, levando a molecada a um grande e interessante revival.
Um desses novos nomes dessa também nova cena gazer é o Young Prisms, quinteto formado em San Francisco no final dos anos 2000 e que lançou em março deste ano, via Kanine Records, seu segundo álbum e bola da vez no PCP, In between.
O álbum, inevitavelmente, traz muito do My Bloody Valentine circa Loveless em seu DNA – inclusive na semelhança estética do clipe acima, “Floating in blue”, com “Only shallow” e “Soon” – mas os jovens prismas refletem outras cores em seu caleidoscópio musical.
Como bem contextualizado por Tim Sendra no Allmusic, em In between a banda californiana mistura o que há de melhor da primeira safra shoegaze (MBV, Ride, Slowdive, Telescopes, etc), amplifica a verve sonhadora à Mazzy Star e diminui os excessos anárquicos à Sonic Youth presentes em seu debute para criar um álbum mais lento, viajante e – por que não – melódico e pop.
A essa receita eu só acrescentaria mais um ingrediente, presente nas faixas “Dead flowers” e (principalmente) “Gone”: uma pitada generosa do tempero de Dustin Payseur e seu Beach Fossils.
Então está dado o recado. Se sua fome de shoegaze não tem fim e você é do tipo que volta e meia busca novas formas de se alimentar, pode se servir do segundo disco do Young Prisms. In between é um prato cheio e saboroso.
Recomendado!
