
Corrigindo talvez o maior dos furos de 2011, o PCP põe na roda agora o primeiro disco cheio dos gaúchos da Lautmusik.
Sugestivamente chamado Lost in the tropics, o disco saiu no ano passado de forma independente – e infelizmente – só em formato virtual.
“Mai”, cantada em alemão
O álbum traz 11 faixas infectadas até as entranhas pelo (bom) rock dos anos 80 e pelo rock de guitarras dos anos 90.
Muitíssimo bem produzido por Eduardo Suwa, Lost in the tropics foi masterizado na Flórida e gravado nos estúdios 7, Mubemol e Marquise 51, em Porto Alegre.
Como (quase) dito acima, há um bocado de pós-punk, shoegaze e afins no disco. A cozinha tem muito de bandas como Joy Division e Banshees, mas os riffs distorcidos apontam e conduzem as músicas em outras direções. Esse casamento não é inédito (pense em Pixies), mas não é fácil de se manter, e a Lautmusik consegue.
Outra grande força na música da banda são os vocais inebriantes de Alessandra Lehmen, algo entre Siouxsie e Anja Huwe (do sombrio XMal Deutschland), alternando momentos sutis e viscerais, mas sempre passionais.
Pode até parecer exagero, mas Lost in the tropics é um álbum irrepreensível. Em 2011 coloquei-o na minha lista de melhores discos nacionais lá no querido Floga-se, e se chega com atraso ao PCP é a prova cabal de que neurônios fazem falta.
Mas como diz o ditado, ‘antes tarde do que nunca’. Então, se você ainda não o ouviu, tire o atraso já.
Recomendado!
