
Jeremy Cox e Jigmae Baer começaram o Royal Baths – ou só Baths, no início, até descobrirem que alguém já usava esse nome – no lado negro da ensolarada Frisco, em algum momento de 2008.
Os caras são mais um exemplo vivo da influência sombria do Velvet Underground, com aquela vibe – meio assustadora, freak e ao mesmo tempo catártica e chapada – característica de Lou Reed e cia.
Agora junte a isso o fuzz do garage rock, algo da psicodelia (também garageira e não colorida) de gente como o Oh Sees e estilhaços do pós-punk, e você tem mais ou menos o que é Better luck next life, segundo e mais recente álbum da banda, agora residente em Nova Iorque.
“Faster harder”, primeiro vídeo do disco
Ok, talvez eles estejam menos garageiros e até mais ‘ousados’ musicalmente; talvez experimentando mais os sabores do Spacemen 3; talvez mais blueseiros; talvez mais góticos; talvez menos lo-fi; talvez…não seja nada disso, ou tudo isso mesmo.
Ao meu ver, Better luck next life – que saiu em 07 de fevereiro via Kanine Records – é um passo adiante na musicalidade do Royal Baths, natural até. A dupla mudou de cidade, de cozinha (agora com Eva Hannan no baixo e Eden Birch na bateria), e uma mudança de ares sempre reflete naquilo que fazemos.
Presentinho da Kanine
E neste caso, como dito acima, o que aconteceu com Jeremy Cox e Jigmae Baer não pode ser chamado de mudança, e sim de evolução. Não no sentido de melhor ou pior, mas no sentido de se mover, de não ficar estático.
No mais, cada uma das 9 faixas deste disco mantém a densidade e o feeling de garagem mal iluminada e enfumaçada de onde veio o Royal Baths. Seja em São Francisco ou em Nova Iorque.
Recomendado para se ouvir alto!
