Sumach Ecks, figura exótica que a alguns anos atende pela alcunha de Gonjasufi é um dos produtos mais raros da safra recente da mítica Warp Records.
Em 2010 lançou um dos discos do ano, chamado A sufi and a killer (depois remixado por uma porção de gente bacana sob o nome The caliph’s tea party); ano passado, ao lado de dois parceiros (Flu e Mainframe) lançou – na rede apenas – um EP com 04 faixas que pendiam um bocado para o lado do rap, deixando as estranhas vibes psicodélicas que cercavam o A sufi meio de lado.
Neste começo de ano o maluco retorna ainda mais experimental e sombrio com um novo (mini) álbum onde retoma parte das viagens de seu debute. Com vocês, MU.ZZ.LE.
A faixa acima, “Feedin’ birds”, mostra uma novidade de MU.ZZ.LE: a presença da esposa de Ecks, que também divide com ele os vocais em “Skin”.
Este novo disco do Gonjasufi – como dito acima – traz parte das viagens de A sufi, mas soa mais dark e menos lisérgico. Os flertes com o rock não aparecem tanto, mas não necessariamente fazem falta, já que esse nunca foi o norte para Ecks em suas produções.
As 10 tracks são curtas (todas na casa dos 2 minutos), e por vezes parecem fragmentos descolados de uma longa viagem; musicalmente, MU.ZZ.LE mantém Gonjasufi distante de qualquer outra coisa feita neste planeta. Dub, downtempo, blues, trip hop, soul, breakbeat e por aí afora, tudo coberto por texturas oníricas, com graves explodindo ocasionalmente e uma verve ao mesmo tempo urbana e extraterrestre.
Mais uma vez Ecks nos leva a uma viagem extra sensorial pelo deserto que habita, extrapolando os limites impostos por rótulos.
Recomendo!
Muitíssimo bom!