
Rita Lee anunciou recentemente sua aposentadoria dos palcos, justificando que a saúde já não permite mais as apresentações ao vivo. Mas garantiu que não é sua retirada da música, e que ainda tem material para vários discos. Salve, Rita!
Hoje, 25 de janeiro, São Paulo completa 458 anos, e o PCP escolheu um dos muitos discos da carreira da tia doidona – pós-Mutantes – para homenagear Sampa, já que esta é sua terra natal (já prestou atenção ao sotaque dela? Ôrra, meuô).
Atrás do porto tem uma cidade, lançado em 74 pela Polygram, é o primeiro álbum de Rita sem os irmãos Baptista (Arnaldo e Sérgio) no background. Agora com sua própria banda, a Tutti Frutti, ela deu vazão às ideias rechaçadas pelos Mutantes e escancarou seu lado Bowie, completamente glam, menos psicodélico, mais pesado e dançante.
É, enquanto os Mutantes derretiam seus cérebros com LSD e ficavam cada vez mais progressivos e chatos, Rita Lee ia além, fazendo rock como ninguém fazia no Brasil (como sempre, à frente de seu tempo), atrevida, desafiando a testosterona vigente, de botas prateadas e vibes bicudas.
As 10 faixas do disco são clássicos do rock tupiniquim, e a balada de piano “Menino bonito” fez bastante sucesso. Mas o bicho pega mesmo em pedradas como “De pés no chão” (com um sax matador), “Mamãe natureza”, “Pé de meia” (puro Stones) e “Ando jururu”, pra citar quatro.
Se você tem este álbum, ouça-o hoje, bem alto, em homenagem a SP (deixe os outros reclamarem que aqui não existe amor). Se não tem e/ou não conhece, o PCP quebra seu galho – mesmo correndo riscos – e joga Atrás do porto tem uma cidade em suas mãos.
Viva São Paulo! Viva Santa Rita Lee!

