
Damon Krukowski e Naomi Yang começaram a tocar juntos após o fim do seminal Galaxie 500, e essa história já tem 25 anos.
O duo é especialista em compor canções doloridas, de pegada (semi) acústica, privilegiando melodias suaves e delicadas. É assim desde More sad hits, seu álbum de estreia de 1991; e pouca coisa mudou em seu oitavo trabalho (sétimo de estúdio), False beats and true hearts (lançado pela 20/20/20 em 09 de maio).
Trabalhando novamente com o guitarrista Michio Kurihara, da banda Ghost – com a qual já haviam gravado o lindo Damon & Naomi with Ghost, em 2000 – a dupla novamente coloca os sentimentos em primeiro plano para criar um disco feito para dias frios de outono.
Musicalmente, False beats and true hearts traz elementos de folk, psicodelia leve e o piano sutil de Naomi fazendo par à guitarra de Kurihara em várias faixas, aleḿ de um violoncelo aqui e ali e o bom, velho e onipresente violão de Damon – cujos vocais divididos com sua parceira continuam emocionantes.
A quase animada “Ophelia” é o momento mais ‘quente’ do álbum, mas a sequência com “Nettles and Ivy” mostra o acento do disco: a melancolia, que ronda as nove canções do álbum bem como toda a carreira de Damon & Naomi.
Com tantos anos de carreira e poucas mudanças no caminho seguido era de se esperar que houvesse um degaste criativo ou mesmo de convivência entre a dupla, mas False beats and true hearts mostra justamente o contrário. É um álbum inspirado, no qual Damon e Naomi mergulham – mais uma vez – na profundidade dos sentimentos humanos que hoje parecem maquiados pela falsa felicidade que impera na sociedade-prozac. Felizes eram os tempos em que se podia ser triste…
Recomendado!
