O (hoje) quinteto escocês Mogwai foi formado em Glasgow na metade dos anos 90 fazendo literalmente muito barulho.
Colocando as guitarras à frente de uma verdadeira parede de puro noise, a banda lançou seu debut, Young team, ainda em 97. Fãs de shoegaze, space rock e outras linhagens guitarrentas do rock alternativo aclamaram o grupo, que não parou mais de jogar no mercado indie ótimos trabalhos.
Mr. beast, de 2006, trouxe à sonoridade do Mogwai um quê de calmaria em meio a seus tempestuosos álbuns; já em The hawk is howling, de 2008, a banda voltou à quase violência de seu início.
Agora, Hardcore will never die, but you will – que saiu em 15 de fevereiro pela grande Sub Pop – traz o Mogwai novamente menos agressivo e experimental, soando mais acessível, mas ainda intenso. Parece difícil conceber, mas ouvindo-o essa é a mais nítida impressão que se tem.
Produzido pelo mesmo Paul Savage que trabalhou com a banda em seu debut, Hardcore… tem momentos lentos e viajantes (“Rano pano”, “Letters to metro”, “Too raging to cheers”, a sarrista “You’re Lionel Ritchie”), carregados nas distorções e no clima espacial que fez a cama da banda desde os 90’s. E tem também um raro vocoder (vocais não são comuns nem suas faixas) em “Mexican grand prix” e pelo menos um momento que dentro dos padrões Mogwai de fazer música pode ser considerado ‘pop’, a preferida da casa “San Pedro”.
No geral, o clima do álbum é de sinfonia do barulho (a ótima “How to be a werewolf” atesta isso) e aquele humor ácido, como em todos os demais trabalhos dos escoceses. Se há uma pequena guinada em direção a um caminho menos truncado, ainda assim o Mogwai permanece confortável no underground de onde veio e onde – se assim quiserem os deuses da música – continuará.
Recomendado!
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