Um álbum composto de músicas cruas, absolutamente lo-fi, tão simples que beira o tosco e que não apresenta nada de novo. É assim What we did (2009-2012), meu disco favorito da vida na última semana, e o autor deste artefato sonoro é um canadense chamado Josh McIntyre. Ou Little Girls, como era conhecido á época (há pouco mais de dez anos). Ou Prince Josh, seu atual pseudônimo.

Descobri o cara há algum tempo da mesma forma que descubro muita coisa nesta minha vida besta, lendo. Tudo começou quando recebi uma notificação da Hand Drawn Dracula – um selo indie com base em Toronto – sobre o lançamento de Moth, novo álbum de um tal Prince Josh; movido pela eterna fome de música, fui conferir, gostei de umas faixas e decidi procurar saber mais sobre o produtor (é um disco de música eletrônica, variando entre trip-hop, breaks e pop). Cheguei num trabalho anterior dele, The joy, do qual gostei mais, então segui pesquisando e assim soube que antes de ser príncipe, o menino Josh atendia pela alcunha de Little Girls. E cá estamos.

Antes de mergulhar em beats, samples, sintetizadores, remixes e afins o lance do sujeito era pós-punk, surf music, uma bateria eletrônica e distorções. Como disse no início deste pequeno texto, a música de Josh McIntyre enquanto Little Girls não tem nada de inovadora nem vai mudar paradigmas artísticos ou mesmo a existência de ninguém (ok, talvez tenha mudado e eu não sei), mas ao menos pra mim se tornou impossível apertar o play em What we did – que compila TUDO que ele gravou e lançou – e não deixar fluir suas 20 canções enquanto o corpo sacode ao som de “Tambourine”, “Salt swimmers” ou nas trevosas “Last call” e “Gathering” (única faixa em que ele toca com uma banda).

Vai sim te lembrar um monte de coisas (até Legião Urbana, escute “Concepts” e ateste), mas um monte de outras coisas ruins que também lembram outras coisas (rs) circulam por aí hoje como ‘queridinhos alternativos’, então se é pra soar como suas influências, que ao menos seja foda. E este disco é!

Ouça no talo!

 


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