Josh Korody é uma figura carimbada da cena indie canadense, mais especificamente de Toronto. Já trabalhou – como produtor, arranjador, músico, letrista e o escambau – com uma porção de artistas locais, de Fucked Up à chapada Tess Parks, e além de ser uma das metades do duo barulhento Beliefs e de produzir eletrônica sob o alias Nailbilter, desde 2012 o cara toca um projeto chamado Breeze.

Pois bem, o tal projeto nasceu quase como um braço do Beliefs, calcado nas guitarras sonhadoras do dream pop, mas sabe-se lá porque dos primeiros registros ali em 2017 até Only up, álbum de 2021 que roda por aqui agora, o cara deu uma guinada em suas criações e assim chegamos a um disco que é, do começo ao fim, o mais puro creme do Madchester versão anos 20.

De “Come around” que abre o pacote à faixa-título que o fecha, Only up parece ter saído direto do laboratório baggy que nos deu Happy Mondays, Stone Roses, Charlatans, Inspiral Carpets e todos que à partir da segunda metade dos anos oitenta infectaram a herança genética da C-86 com o ‘derretimento frito’ da acid house movida à boas pastilhas de ecstasy.

O álbum saiu pelo Hand Drawn Dracula (um pequeno e interessante selo independente de Toronto por onde já saíram discos de No Joy e Holy Fuck, entre muitos outros) e traz uma série de participações especiais, da citada Tess Parks a membros do Broken Social Scene e TOPS, todos amigos de Korody.

Mas isso são detalhes técnicos, e eles definitivamente não fazem minha cabeça como a leseira de “Ecstasy on Keele stret” e “Only up” ou o pique pista de “Hard Boiled Wonderland” e a ‘Gang of Fourniana’ (hahahaha) “Our scene”.

Nada aqui vai mudar sua vida nem a cara da música atual. Mas se apertar o play e aumentar o volume, irá se divertir com certeza. Ateste.

 


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