Jonathan Relph não inventou o shoegze ou o dream pop, mas desde que seu projeto Indoor Voices veio à tona, no início dos anos 10, ele sempre esteve entre os preferidos da casa quando se trata desses dois sub-gêneros roqueiros.

Primeiro porque o canadense sabe como poucos se valer das texturas sonoras que sintetizadores e pedais de distorção podem gerar e tornar essas texturas quase translúcidas, oníricas; segundo porque ele acredita no que faz e se mantém em plena atividade, lançando singles, EPs e álbuns aparentemente sem se importar com sucesso ou status, mesmo nos guetos indie.

A última vez que passou por aqui foi em 2012, de lá pra cá não foram poucos os trabalhos que produziu e eu poderia escolher qualquer um deles para apresentá-lo aos novos leitores, então optei por seu mais recente disco cheio, Falling, de 2022. Óbvio que há nas 10 canções do álbum referências às pedras fundamentais sobre as quais se construiu tudo que veio depois no universo dos sonhos borrados, de My Bloody Valentine a Slowdive, mas se você é um entusiasta deste cosmos procure escutá-lo sem buscar comparações, apenas deixando-se envolver pela música. Garanto-lhe uma bela viagem.


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