Parte da intensa e insana cena musical do submundo novaiorquino do final dos anos 70, o Feelies, se não teve ou tem o devido reconhecimento fora dos círculos formados por viciados em música, é um dos tantos pilares do rock lado b ianque dos anos 80 em diante. Pode perguntar a Michael Stipe, Stephen Malkmus ou Ira Kaplan. Ou mesmo a Julian Casablancas.

 

Formada nos subúrbios de Nova Jersey por volta de 1976, já em 78 a banda chamou a atenção da Rough Trade que lançou seu primeiro single, Fa Ce-La; dois anos depois – num 1° de abril – outro selo britânico, a Stiff Records, pôs no mundo o debute de Glenn Mercer, Bill Million, Keith Clayton e do insólito baterista Anton Fier, os 4 sujeitos com cara de nerd que estão na capa de Crazy rhythms.

 

 

O álbum de estreia do Feelies – nome tirado de uma passagem do clássico “Admirável mundo novo”, de Huxley – não poderia ser melhor batizado. É de cabo a rabo, incluindo sua versão para “Everybody got’s something to hide (except me and my monkey)” dos Beatles, guiado por um ritmo louco. É jangle pop frenético, anfetaminado e tenso como um elástico prestes a arrebentar.

A influência de Velvet Underground grita em todo o disco (escute “Forces at work” e ateste), mas é como um VU em uma rotação acima, com os desacelerados vocais a Lou Reed de Mercer funcionando quase como um contraponto à urgência das nove canções de Crazy rhythms.

Até 1991 a banda lançou ‘regularmente’ outros três ótimos álbuns, depois entrou num hiato de uma década e voltou à ativa onde está até hoje. O último trabalho, In between, é de 2017, e assim como “Here before” de 2011, é um belo disco. Mas em nenhum momento o Feelies foi tão foda quanto em seu limiar.

Descubra. Ou redescubra.


Uma resposta para “The Feelies – Crazy Rhythms (1980)”.

  1. […] Quando estampamos o primeiro disco do Feelies em nossas páginas destacamos entre outras coisas a influência do VU sobre os caras, então é chegada a hora de provar por A+B essa afirmação. Em 13 de outubro de 2018 Glenn Mercer, Bill Million, Brenda Sauter, Stanley Demeski e Dave Weckerman subiram ao palco do White Eagle Hall, em New Jersey, e em enxutos 71 minutos prestaram seu tributo ao Velvet tocando 18 de suas canções. […]

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