Ah, Polly Jean, há quantos anos eu e você caminhamos juntos por este mundo cinza, dividindo incontáveis momentos, bebendo incontáveis drinks; por vezes nos esgueirando entre becos sujos à procura de uma viagem, por outras nos deitando na grama sob o sol para sentir a pulsação da terra.
Alegrias e tristezas, euforias e depressões, festas e brigas, tudo isso passamos lado a lado, com você gritando ou sussurrando em meus ouvidos, furiosa, romântica, sempre tão visceral e densa, gentil e violenta. Sua complexidade sempre me intrigou e fascinou, e nos últimos 5 anos, desde seu mergulho profundo na história de sua terra natal até suas viagens pelo leste europeu, oriente médio e EUA, tem sido um desafio constante compreender os intrincados caminhos que a levaram até o presente de aniversário que você me deu em abril, o The hope six demolition project.
Quer dizer, entendo perfeitamente sua posição política, suas ideias, e compartilho de seus sentimentos em relação ao que vem sendo feito às pessoas (pobres) em nome do dinheiro e do poder – tudo que você mostrou entre janeiro e fevereiro do ano passado na Somerset House, enquanto gravava meu presente – entretanto devo confessar que por vezes sinto falta daquelas noites barulhentas, quando éramos jovens e, quem sabe, mais inocentes e esperançosos.
Talvez, apenas talvez, Parrish e Flood também se sintam nostálgicos às vezes, mas creio que todos entendemos que este não é o momento para nostalgia, então como eles ficarei ao teu lado, não importa quão desafiador isso seja…