A história bem resumida de Black love, quinto disco do Afghan Whigs lançado há exatos 20 anos via Elektra Records é a seguinte: algum tempo antes dele vir à tona, Greg Dulli – vocalista da banda e produtor do álbum – cogitava produzir um filme noir repleto de violência, amor disfuncional, sexo, drogas e outros temas que sempre o acompanharam na hora de escrever.

Bem, a ideia permaneceu no mundo das ideias, mas o material que Dulli pensava em usar como trilha sonora para o tal filme acabou originando as 11 faixas do disco, que parte da ‘crítica especializada’ despreza mas que nós, meros mortais movidos à música, amamos. E por que o amamos? Aperte o play e descubra, caso não saiba.

A introdução tensa de “Crime scene part one” desemboca na energia explosiva e cheia de alma da sequência formada por “My enemy”, “Double day” e “Blame, etc”. Depois a balada stoniana “Step into the light” desemboca na funkeada “Going to town” e o lado A de Black love chega ao fim suando cocaína e cerveja barata em bares sujos de Cincinati.

O lado B começa pesado com “Honkey’s ladder”, desacelera com os belíssimos e grandiosos arranjos da dolorida e confessional “Night by candlelight” para depois injetar soul music na garageira “Bulletproof”. Daí em diante só resta espantar a poeira com “Summer’s kiss” e finalmente pedir a última dose e desbotar no balcão com o romantismo junkie de “Faded”.

E me diga agora, após desses 52 minutos acompanhando Greg Dulli e cia. nessa viagem, tem como não amar Black love? Que disco, senhoras e senhores, que disco.

Essencial!


4 respostas para “The Afghan Whigs – Black Love (1996)”.

  1. belo disco, realmente

  2. Marcelo de Almeida

    Vcs são foda! A generosidade é grandiosa!

    1. foda são vcs que leem a gente. valeu!

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