‘Será que eles nunca vão lançar um disco ruim?’. Foram exatamente estas palavras que me vieram à cabeça quando ouvi TransmutAção, o novo álbum de Bernardo Santos, vulgo B Negão e seus Seletores de Frequência. Difícil pensar num grupo que tenha poder de fogo igual no Brasil. Ou no mundo.
Ok, sou fã dos caras e foda-se a imparcialidade. Mas aperte o play neste – ou em qualquer outro – trabalho da trupe carioca e discorde. Mas discorde com argumentos plausíveis, não baseados em gostos ou preferências. Até porque, pelo que já vi e ouvi dos caras, eles podem ir do punk ao funk, do dub ao hardcore, do samba à surf music sem escorregar num acorde. Isso, claro, sem contar as letras de Bernardo, inteligentes sem afetação, malandras e urbanas por excelência, espirituais pela força. Poder de fogo, meus caros, poder de fogo…
TransmutAção nasceu através do projeto Natura Musical. Em entrevista a Alexandre Matias, BNegão disse que estavam focados em outro trabalho, seu primeiro disco instrumental, quando souberam ter sido aprovados no edital que financiaria o álbum. Daí foi parar as máquinas e começar tudo do zero.
A espinha dorsal do disco é múltipla e mutante; é terreiro digital, é dub orgânico, é gafieira, é rock e muito funk, é groove dos metais e pancadas de percussão. Ouví-lo é flutuar nos graves e sacudir a cintura com os pés deslizando no chão, é sentir a transmutação acontecendo, de dentro para fora, como deve ser a revolução real…
Sem mais, basta dizer que TransmutAção está disponível para download gratuito no site do Natura Musical. Aconselho uma audição em altíssimo volume.
Altamente recomendado!
Dos três achei esse o mais fraco, embora ainda esteja “processando” o álbum. Mas foi engraçado você escrever “Mas discorde com argumentos plausíveis, não baseados em gostos ou preferências”, sendo que “Ok, sou fã dos caras e foda-se a imparcialidade”. hahahahahah
rá, eu não prezo muito pela coerência. mas ainda quero razões plausiveis pra dizer que o disco é ruim, mano…