O quarteto inglês Temples surgiu há poucos anos, mas ouvir sua música é como entrar numa máquina do tempo e sair em alguma tarde ensolarada de 1967, cercado por pessoas coloridas e chapadas de ácido. Ou quase.
Sun structures, primeiro álbum cheio da banda lançado em fevereiro via Heavenly, é sim uma trip lisérgica nos mesmos moldes do que se fazia na era psicodélica orignal, mas com um punch – nitidamente impulsionado pela bateria e aqui e acolá por uma distorção de guitarra – que não se ouve em álbuns dos Beatles ou de Syd Barrett, a exemplo. Por isso o ‘quase’ do parágrafo acima.
No mais, em todas suas 12 faixas o que se absorve são emanações do final dos anos sessenta: harmonias vocais, órgãos, mellotrons, melodias pop e toda a fórmula bem conhecida por derretidos em geral. Esqueça o lado mais sombrio do LSD, tipo Black Market Karma ou Dead Skeletons, a pegada aqui é bem mais leve, como um Elephant Stone sem as viagens orientais ou um Tame Impala menos Cream e mais Byrds.
A produção de Sun structures ficou à cargo do próprio vocalista/guitarrista do Temples, James Bagshaw, e o rapaz não decepcionou; sem exageros ou firulas desnecessárias, colocou no disco a essência da banda: pop psicodélico da melhor qualidade.
Recomendado!