
Quando leio sobre pós rock pelas redes sociais ele invariavelmente está associado a algumas variações lentas do metal, a algo chamado por aí de drone, enfim, a qualquer coisa arrastada, barulhenta e de preferência sombria.
Mas quando surgiu, ou ao menos quando foi cunhado o termo, as coisas não eram bem assim. Pós rock era por definição o rock misturado a outros ritmos que quebrassem sua estrutura molecular básica (fossem esses ritmos o jazz, o dub, o funk ou de tudo isso junto) e com elementos – e instrumentos – incomuns ao rock ‘quadradinho’. Esse é o caso do primeiro e homônimo álbum do Tortoise.
Aqui nada é tão virtuoso e matemático que possa ser chamado de progressivo, nem tão livre que possa ser chamado de free jazz. Esse caminho do meio percorrido pelo então quinteto de Chicago é – pra mim – uma das cabeças dessa hidra chamada pós rock.
Outras duas são o preferidíssimo da casa Stereolab e o (outrora) tempestuoso Mogwai, provavelmente um dos responsáveis pelo andamento que esse tal de pós rock tomou. Ou pelos fãs que cultivou.
Voltem ao Tortoise, crianças.
