Here come the warm jets, de 1974, é o primeiro disco solo oficial do genial e insuportável Brian Eno, que antes disso era um genial e insuportável membro do Roxy Music, a banda que teve a manha de lançar cinco discos irrepreensíveis em três anos e depois…bem, depois deixa pra lá.

Voltando aos jatos quentes de Eno, todos sabem – ou deveriam saber – que o disco é por assim dizer uma continuação do que seu autor vinha fazendo anteriormente: manipulação sonora. Nada, nem baixo ou guitarra, sintetizador ou percussão, passava ileso pelas mãos de Brian; tudo era transformado, distorcido, esticado, multiplicado ou dividido até atingir a forma que o mestre queria.

Eno assumiu também os vocais, e para gravar o álbum chamou os parceiros de Roxy Music Phil Manzanera e Andy Mackay, além do insólito Robert Fripp (preste atenção nas guitarras deste disco, jovem, e você verá o futuro). Isso tudo, claro, está escrito em livros de história e em um milhão de sites pela rede, basta pesquisar.

Mas houve um final de semana gelado e uma viagem para o litoral de SP, várias cartelas de bolinhas alucinógenas misturadas com vodca, um disco do Garbage jogado pela janela e UMA audição de Here come the warm jets durante a madrugada sombria e suja que o colou em minhas entranhas e de uma forma obscura me fez absorver seus 42 minutos como num processo químico – mesmo que até hoje sua faixa-título me assombre.

Não, nada disso está escrito em lugar algum e tampouco interessa a ninguém além de mim. Mas enquanto ouvia novamente o disco, tantos anos depois, tive vontade de contar aqui como começou nossa relação de amor e medo. Pode chamar de exorcismo ou de sessão de terapia, como quiser, mas mergulhe em Here come the warm jets e com certeza logo haverá uma história entre vocês.

Essencial!

Faixas:

Needles in the Camel’s Eye
The Paw Paw Negro Blowtorch
Baby’s on Fire
Cindy Tells Me
Driving Me Backwards
On Some Faraway Beach
Blank Frank
Dead Finks Don’t Talk
Some of Them Are Old
Here Come the Warm Jets


3 respostas para “Brian Eno – Here Come The Warm Jets (1974)”.

  1. […] o melhor disco do Roxy Music, e o início de uma carreira solo que começou bem lisérgica com Here Come The Warm Jets […]

  2. Agnello

    Antes tarde do que nunca eu pude descobrir essa obra-prima, esse disco moldou antes mesmo do próprio punk, por incrível que pareça o pós-punk!

  3. […] Stereolab no álbum e em toda a trajetória do Bas Jan, bem como de Lizzy Mercier Descloux e ESG, Brian Eno e disco/synth pop. Essa porção de boas referências e a forma como as moldam dá uma cara […]

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