É difícil acompanhar o ritmo dos lançamentos em tempos de internet rápida, de estúdios caseiros e consequentemente da produção em massa de música. A cada hora pipoca na rede uma porção generosa de discos, EPs, singles, remixes e o escambau; muita coisa passa em branco, algumas infelizmente.
Se não tivesse recebido uma mensagem a respeito de Esses patifes, primeiro disco do projeto Ruspo, provavelmente ele teria entrado para a lista desses álbuns perdidos no tempo e espaço, o que seria, definitivamente, uma pena.
Ruspo é o alias do jornalista, produtor, compositor e cantor Ruy Sposati, que passou os últimos dois anos viajando (em todos sentidos, a julgar por sua música) e escrevendo as 14 canções de Esses patifes, que foi feito entre Santos, Campinas e São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Altamira e Belém (PA) e Campo Grande e Dourados (MS).
Como dito logo acima, essa longa trip por diferentes paisagens geográficas e culturais reflete diretamente nas faixas do álbum. Não há uma raiz, um gênero que o norteie, é uma obra multifacetada, feita de forma analógica e digital, abraçando o tradicional e o moderno, mais ou menos como fizeram os tropicalistas originais lá nos anos 60.
As letras – todas em português – são inteligentes sem ser arrogantes e/ou pretensiosas, e retratam bem as andanças de Ruspo pelo país, capturando tanto as alegrias quanto as tristezas e agruras brasileiras.
Musicalmente o disco também carrega uma porção de sotaques – do funk ao pós-rock – e mesmo assim não soa como um trabalho de franco-atirador. Como referência, podem pensar em Beck.
Esses patifes saiu via Um Distante Maestro, e na página do selo você encontra, além do release completo do álbum o link para baixá-lo legal e gratuitamente.
Recomendado!
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