Os texanos do Trail of Dead estão de volta um ano e alguns meses após lançarem o excelente Tao of the dead, com mais um trabalho irrepreensível, barulhento e politizado até os últimos acordes.
Lost songs, lançado em 22 de outubro via Superball Music, é um exercício de revolta contra ‘a apatia dos acontecimentos do mundo real, que têm atormentado a cena da música independente por mais de uma década’, segundo palavras de Conrad Keely, um dos vocalistas e fundador da banda ao lado de Jason Reece.
O disco – oitavo na carreira do Trail of Dead – começa como se o mundo fosse acabar e houvesse uma urgência em tocar furiosamente. A energia visceral que caracteriza as apresentações do quarteto é sentida na pele, por exemplo, em “Up to infinity”, que fala sobre a guerra civil na Síria e foi dedicada às russas do Pussy Riot. Keely explica melhor: ‘Acreditamos que a tirania e despotismo sofridos por qualquer pessoa, em qualquer lugar, é intolerável e não deve ser tratada como um assunto interno’.
Balanceando essa equação explosiva há momentos de catarse, igualmente intensos e apaixonados, mas menos voláteis. Aí o Trail of Dead dá um respiro à audiência, em pausas para recuperar o fôlego e se perder no clima hipnótico criado por acordes de guitarra aparentemente desconexos, onde emulam as trips a Sonic Youth (em particular da fase Daydream nation, como em “Pinhole cameras” e “Opera obscura”).
Mas essas pausas não dão o tom a Lost songs. A pegada do álbum é mesmo anárquica, de confronto com as instituições opressoras e seus representantes. Um legítimo representante do punk atual.
Recomendado, e como se lia nas capas dos discos, ouça alto!
PS: Lost songs está disponível para audição no site da Spin. Aproveite.
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