Nascido como um projeto paralelo de Calvin Johnson, do Beat Happening, e Doug Martsch, do Built To Spill, o Halo Benders brotou nos anos 90 e nos anos 90 morreu (com espasmos pós-mortem nos anos 2000), mas não sem deixar sua marca com três ótimos discos lançados entre 94 e 98.
Hoje a gente desenterra o primeiro deles, God don’t make no junk, lançado exatamente em 1994 pela gravadora de Johnson, a essencial K Records.
Este álbum de estreia do Halo Benders não é tão incensado quanto o último deles, The rebels not in, que pode até ser realmente mais harmônico e melhor produzido, mas quem se importa com esses detalhes?
God don’t make no junk é um dos grandes discos do então latente indie noventista, calcado em arranjos simples – ora diretos e bonitos; ora tortos e esquisitos – e nas vozes de Johnson e Martsch. A primeira grave ao extremo, a segunda alta e tão torta e desconexa quanto os arranjos da faixa “Will work for food”, por exemplo.
Nessa pegada oscilante e de baixa fidelidade o disco segue da primeira à última faixa, com um ar bem humorado e chapado, parecendo ter sido gravado numa jam caseira entre amigos bebendo cerveja (o que, com exceção ao fato de ser home made – já que foi produzido por Steve Fisk – é bem possível).
Das 10 canções de God don’t make no junk (ótimo título, diga-se de passagem), as preferidas por aqui são todas, sem exceção. Do pique a surf music de “Freedom ride” e “Big rock candy mountain” ao hino “Don’t touch my bikini”, passando pela bela “Snowfall”, o Halo Benders cravou aqui um dos preferidos da casa.
Essencial!