Parte da primeira leva de artistas do que se convencionou chamar chillwave, o Neon Indian surgiu na segunda metade dos anos 2000 como catalisador das ideias musicais de Alan Palomo (e visuais de Alicia Scardetta).
Após um elogiado e derretido debute (Psychic chasms, de 2009), Palomo está de volta com um novo trabalho, Era extraña, gravado em Helsinki (Finlândia) e lançado via Static Tongues.
Trabalhando junto a Dave Fridmann (lendário produtor indie chegado em psicodelia e ruídos, que trabalhou com Flaming Lips, Mogway e Mercury Rev, entre outros), o Neon Indian apresenta em Era extraña um trabalho mais estruturado que seu predecessor, construído à base de batidas eletrônicas tranquilas e verdadeiras cascatas de sintetizadores e guitarras.
“Polish girl” e “The blindside kiss”, segunda e terceira faixas do álbum retratam bem essa descrição: a primeira é um electro clássico, com cara de anos 80; a segunda um shoegaze que poderia tranquilamente estar em um disco do My Bloody Valentine.
Quando se juntam, essas características geram faixas híbridas como a ótima “Suns irrupt”, um mar de beats encoberto por um nevoeiro de barulho.
Neste caminho entre os anos 80 e os 90, o Neon Indian segue criando suas músicas atmosféricas e sonhadoras nessa era estranha em que vivemos (desculpem, não resisti). Você pode até chamá-lo de chillwave, mas não deixe que este rótulo limite sua experiência ao ouvir Era extraña.
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