Em 2011 a banda inglesa High Llamas completa 20 anos de uma carreira que só pode ser descrita como low profile. Pouco conhecidos mas adorados por seus fãs, o grupo – que na verdade é Seah O’Hagan, acompanhado por diversos músicos – tem um longo currículo de serviços prestados à boa música, chegando agora em abril a seu nono álbum, Talahomi way (via Drag City).

Confesso que da discografia da banda só conheço Gideon Gaye (94) e Hawaii (96), mas tendo como base esses dois discos dá pra dizer que os Llamas não perderam seu rumo de lá para cá.

Os caminhos musicais de O’Hagan e cia. continuam cruzando os de Brian Wilson e seus Beach Boys pós-66. Melodias suaves, belas harmonias vocais e um clima de leve psicodelia percorrem todas as 12 faixas de Talahomi way.

Claro, há também semelhanças com outras bandas do pós-rock, como Stereolab (a falecida Mary Hansen chegou a trabalhar com O’Hagan) e Tortoise, pelo uso de instrumentos não comuns ao rock (marimba, sopros, etc) e pelas estruturas e arranjos mais complexos e ricos em detalhes.

E no meio dessas boas referências, é possível perceber também toques de música brasileira. Da sofisticação da bossa nova à pequenos detalhes da lisergia tropicalista (inclua aí os discos do grande Ronnie Von do final dos 60’s/começo dos 70’s) e a insana mistura destes ingredientes, o álbum Platic soda, do gaúcho Júpiter Maça (ou Apple, no caso).

Resumindo, Talahomi way é uma preciosidade pop repleta de uma rara delicadeza. Um disco ensolarado, para acalmar (e abrir) mentes inquietas e relaxar o espírito.

Recomendado!


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