Talvez se não tivesse surgido em Washington o Crippled Pilgrims fosse devidamente reconhecimento como uma das grandes bandas do jangle pop ianque dos anos 80, apesar de sua curta vida e discografia.

À época a capital dos EUA era berço e celeiro do hardcore (já leram “Dance of Days”?), e mesmo que alguns membros da banda tenham tocado em grupos punk como Government Issue e outros menos conhecidas, seu núcleo – Jay Moglia e Scott Wingo – nunca fez parte do rolê com Bad Brains, Minor Threat e cia.

Lançaram apenas um EP (Heads down hand out, em 1984), um álbum cheio (Under water, em 85) e pouco depois evanesceram, absolutamente desconhecidos, até que em 2004 a Reaction Records juntou os dois discos na sensacional coletânea Down here: Collected recordings 1983​-​1985 e trouxe para o novo século e seus novos adictos em música tudo que o Crippled Pilgrims realizou enquanto esteve ativo. E vou lhes falar que não é pouca coisa o que se escuta aqui.

Da abertura com “Black and white” em diante se experimenta um deleite do rock de guitarras que floresceria dali em diante no que se chamou de indie/alternativo, mesma seara de contemporâneos mais conhecidos como R.E.M., Mission Of Burma e Let’s Active ou o povo da Paisley Underground, por exemplo. Aliás, sempre penso que os Pilgrims são algo como a versão melancólica e desencantada do R.E.M. (risos) e talvez também por isso – além da questão geográfica – não tenham ido tão longe quanto mereciam. Mas nunca é tarde para (re)descobrí-los.

Ouça no talo!

 


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